O fantástico mundo de Thiago.
É, eu detesto blog. Isto é fato. Mas... diante deste incentivo:
"Faça um e misture experiências pessoais com conteúdo científico que te interessa. Vai ver como vai ficar muito melhor do que blog-de-menina-emo-que-quer-atenção", eu decidi testar a minha capacidade de blogar, detestando um blog e não me transformando em algo da espécie supra-citada.
As experiências pessoais eu deixarei para meus amigos e o conteúdo científico, bem..., a cientificidade da coisa está em analisar as experiências pessoais dos meus amigos.
Todos os créditos desta inauguração vão para o Thiago, autor e protagonista da "campanha" que segue:
Estava eu sentado numa mesa do Água Doce com o André AE, Renan e o Adam.
(Comigo mesmo): "Hm... o André falou que não queria ficar no bar até depois da meia-noite... será que aviso?"
Bem, o papo estava interessante (embora a essa altura já não me lembre do que se tratava) então resolvi deixar quieto. Ele provavelmente sabe se policiar em relação ao horário, ou não.
Passadas uma hora e meia à partir da meia noite, começamos a pagar a conta, nos levantarmos e irmos até um carro qualquer (não lembro o carro de quem).
"E aí, alguém vai querer ir jogar sinuca?", alguém que pode ter sido ou pode não ter sido eu pergunta. "Não sei... tá tarde, né?", outro responde. "Bem, eu vou pra casa.", anuncia André.
Depois de um tempo de indecisão, decido ir pra casa também. Ando até o carro cambaleando de sono e pego a L2. No meio do caminho me lembro do show na esplanada e discuto comigo mesmo se vale ou não vale a pena passar por lá.
"Bem... amanhã é domingo, no máximo perco a oportunidade de ir para casa menos tarde", finalmente argumento comigo mesmo e me dirijo até o local.
Compro uma cerveja, entro na multidão, encontro uma pessoa conhecida, converso um pouco, a pessoa vai pra casa e eu continuo por lá...
começo a observar as pessoas.
Todo tipo de gente se encontrava no local. Pessoas que nunca vi antes, tipos de pessoas com as quais não tenho muito contato e, finalmente, o que chamava mais a atenção: homens embriagados que abordavam cada menina que se encontrava levemente separada de um grupo.
Era um espetáculo horroroso (os homens chegando nas meninas, não o show): uma menina que atravessava um corredor delimitado pela multidão era logo abordada por um cara cambaleando que se apressava em pegar na sua cintura e exibir um sorriso safado a ponto de dar medo em mim.
Bem, parei em um lugar mais vazio. Olhei para um canto e reparei a presença de duas meninas que conversavam sentadas. Me interessei por uma delas e pensei em puxar conversa, mas meu lado racional me perguntava se eu queria realmente entrar para o grupo de homens sem tato social que abordavam todas as meninas nas redondezas.
Depois de pensar um pouco concluí: "Ora, basta não ser tosco. Chegar com educação; não pegar na menina até ter permissão para isso; aceitar com dignidade (e com mais uma cerveja) uma rejeição. Sou capaz de chegar em alguém sem entrar no grupo de homens sem talento para conviver em uma sociedade onde as mulheres têm respeito."
"Oi, posso me sentar com vocês?"
"Sinta-se à vontade."
Mais tranqüilo do que eu esperava.
Fast-forward.
Estou eu à noite, parado em frente ao Pão de Açúcar em Taguatinga Centro. A menina que conheci no show aparece à pé para me buscar, pois eu não sabia chegar até o boteco onde ela estava.
"Você me guia até o boteco?"
"Guio."
(momentos de conversa irrelevante ao blog)
"Opa, era pra você ter virado ali atrás!"
"..."
Vamos até o boteco, conheço umas amigas dela, bebo um pouco, converso, tenho a oportunidade de conhecer um dos garçons mais desonestos do Distrito Federal, o homem que transforma 6 cervejas em 11.
Bem, pulando mais um pouco a parte desinteressante. Deixo a menina e a irmã em casa, na Ceilândia.
"Como eu volto pro Plano Piloto?"
"Ah, você pode pegar essa pista aí e entrar à direita mais na frente"
Besteira minha não perguntar "Mais na frente ONDE?". É claro que me perdi.
Encontro um terminal de ônibus, paro por lá.
"Oi, como eu vou para o Plano?"
"Você segue essa pista aqui... vira à direita mais na frente e depois à esquerda."
"..." (foi esse tipo de instrução que me fez me perder, pra começar)
"Olha, tem um cobrador indo para o Gama. Se for mais fácil você pode dar carona pra ele que ele te guia."
"Eu quero ir para o PLANO."
"Opa, então segue essa outra pista aqui."
Bem, logo depois estou eu dando carona para dois cobradores de ônibus.
O primeiro me guia até o local onde ele queria ser deixado sem problemas. Daí o segundo passa para o banco da frente.
"Olha, você vai seguindo em frente e vira mais adiante"
"Ok. Viro à esquerda aqui?"
"Vira pra esquerda.", responde o cobrador enquanto aponta para a direita.
Viro à direita.
"Eu desço aqui. Obrigado. Agora basta você seguir reto que você chega na estrutural. É meio escuro e perigoso, então não para pra dar carona pra ninguém que é melhor."
Segui reto e parei em frente à uma pista que, de fato, estava escura.
Pra que lado seguia?
Pensei, virei à esquerda, afinal essa direção sempre me dá sorte, exceto quando não dá sorte. Este era um dos momentos. Reparei numa presença de outra pista ao meu lado direito e uma placa de retorno entre as duas pistas. Eu estava na contramão.
Virei para o lado correto só para dar de cara com uma viatura que estava entrando na pista. Fizeram barulho com a sirene e eu parei no meio da pista. Descem três policiais.
"Sai do carro."
Saio do carro prontamente.
"Esse carro é seu?"
"É"
"Você sabia que estava na contramão?"
"Desconfiei quando vi a placa de retorno. Não conheço as redondezas, então não sabia que não era mão dupla aqui."
"Encosta no carro e abre as pernas"
"Claro. Escuta, estou meio perdido... como que eu chego no Plano?"
"Isso aí é carteira? Celular?"
"É sim. Escuta, eu estou meio perdido. Só entrei na contramão porque não vi sinalização que indicava que eu não podia entrar à direita.
Você sabe como chego no Plano?"
"Está indo para o Plano Piloto?"
"Estou"
"Segue por essa pista então. Seus documentos estão em ordem, pode ir. Só evita parar nessa pista que pode ser perigoso."
"Muito obrigado, e desculpa pela inconveniência."
"Tudo bem."
Entro no carro e vou para casa.
Peço que ignorem construções esquisitas de frases e erros ortográficos, estou com sono.
-Thiago
"Faça um e misture experiências pessoais com conteúdo científico que te interessa. Vai ver como vai ficar muito melhor do que blog-de-menina-emo-que-quer-atenção", eu decidi testar a minha capacidade de blogar, detestando um blog e não me transformando em algo da espécie supra-citada.
As experiências pessoais eu deixarei para meus amigos e o conteúdo científico, bem..., a cientificidade da coisa está em analisar as experiências pessoais dos meus amigos.
Todos os créditos desta inauguração vão para o Thiago, autor e protagonista da "campanha" que segue:
Estava eu sentado numa mesa do Água Doce com o André AE, Renan e o Adam.
(Comigo mesmo): "Hm... o André falou que não queria ficar no bar até depois da meia-noite... será que aviso?"
Bem, o papo estava interessante (embora a essa altura já não me lembre do que se tratava) então resolvi deixar quieto. Ele provavelmente sabe se policiar em relação ao horário, ou não.
Passadas uma hora e meia à partir da meia noite, começamos a pagar a conta, nos levantarmos e irmos até um carro qualquer (não lembro o carro de quem).
"E aí, alguém vai querer ir jogar sinuca?", alguém que pode ter sido ou pode não ter sido eu pergunta. "Não sei... tá tarde, né?", outro responde. "Bem, eu vou pra casa.", anuncia André.
Depois de um tempo de indecisão, decido ir pra casa também. Ando até o carro cambaleando de sono e pego a L2. No meio do caminho me lembro do show na esplanada e discuto comigo mesmo se vale ou não vale a pena passar por lá.
"Bem... amanhã é domingo, no máximo perco a oportunidade de ir para casa menos tarde", finalmente argumento comigo mesmo e me dirijo até o local.
Compro uma cerveja, entro na multidão, encontro uma pessoa conhecida, converso um pouco, a pessoa vai pra casa e eu continuo por lá...
começo a observar as pessoas.
Todo tipo de gente se encontrava no local. Pessoas que nunca vi antes, tipos de pessoas com as quais não tenho muito contato e, finalmente, o que chamava mais a atenção: homens embriagados que abordavam cada menina que se encontrava levemente separada de um grupo.
Era um espetáculo horroroso (os homens chegando nas meninas, não o show): uma menina que atravessava um corredor delimitado pela multidão era logo abordada por um cara cambaleando que se apressava em pegar na sua cintura e exibir um sorriso safado a ponto de dar medo em mim.
Bem, parei em um lugar mais vazio. Olhei para um canto e reparei a presença de duas meninas que conversavam sentadas. Me interessei por uma delas e pensei em puxar conversa, mas meu lado racional me perguntava se eu queria realmente entrar para o grupo de homens sem tato social que abordavam todas as meninas nas redondezas.
Depois de pensar um pouco concluí: "Ora, basta não ser tosco. Chegar com educação; não pegar na menina até ter permissão para isso; aceitar com dignidade (e com mais uma cerveja) uma rejeição. Sou capaz de chegar em alguém sem entrar no grupo de homens sem talento para conviver em uma sociedade onde as mulheres têm respeito."
"Oi, posso me sentar com vocês?"
"Sinta-se à vontade."
Mais tranqüilo do que eu esperava.
Fast-forward.
Estou eu à noite, parado em frente ao Pão de Açúcar em Taguatinga Centro. A menina que conheci no show aparece à pé para me buscar, pois eu não sabia chegar até o boteco onde ela estava.
"Você me guia até o boteco?"
"Guio."
(momentos de conversa irrelevante ao blog)
"Opa, era pra você ter virado ali atrás!"
"..."
Vamos até o boteco, conheço umas amigas dela, bebo um pouco, converso, tenho a oportunidade de conhecer um dos garçons mais desonestos do Distrito Federal, o homem que transforma 6 cervejas em 11.
Bem, pulando mais um pouco a parte desinteressante. Deixo a menina e a irmã em casa, na Ceilândia.
"Como eu volto pro Plano Piloto?"
"Ah, você pode pegar essa pista aí e entrar à direita mais na frente"
Besteira minha não perguntar "Mais na frente ONDE?". É claro que me perdi.
Encontro um terminal de ônibus, paro por lá.
"Oi, como eu vou para o Plano?"
"Você segue essa pista aqui... vira à direita mais na frente e depois à esquerda."
"..." (foi esse tipo de instrução que me fez me perder, pra começar)
"Olha, tem um cobrador indo para o Gama. Se for mais fácil você pode dar carona pra ele que ele te guia."
"Eu quero ir para o PLANO."
"Opa, então segue essa outra pista aqui."
Bem, logo depois estou eu dando carona para dois cobradores de ônibus.
O primeiro me guia até o local onde ele queria ser deixado sem problemas. Daí o segundo passa para o banco da frente.
"Olha, você vai seguindo em frente e vira mais adiante"
"Ok. Viro à esquerda aqui?"
"Vira pra esquerda.", responde o cobrador enquanto aponta para a direita.
Viro à direita.
"Eu desço aqui. Obrigado. Agora basta você seguir reto que você chega na estrutural. É meio escuro e perigoso, então não para pra dar carona pra ninguém que é melhor."
Segui reto e parei em frente à uma pista que, de fato, estava escura.
Pra que lado seguia?
Pensei, virei à esquerda, afinal essa direção sempre me dá sorte, exceto quando não dá sorte. Este era um dos momentos. Reparei numa presença de outra pista ao meu lado direito e uma placa de retorno entre as duas pistas. Eu estava na contramão.
Virei para o lado correto só para dar de cara com uma viatura que estava entrando na pista. Fizeram barulho com a sirene e eu parei no meio da pista. Descem três policiais.
"Sai do carro."
Saio do carro prontamente.
"Esse carro é seu?"
"É"
"Você sabia que estava na contramão?"
"Desconfiei quando vi a placa de retorno. Não conheço as redondezas, então não sabia que não era mão dupla aqui."
"Encosta no carro e abre as pernas"
"Claro. Escuta, estou meio perdido... como que eu chego no Plano?"
"Isso aí é carteira? Celular?"
"É sim. Escuta, eu estou meio perdido. Só entrei na contramão porque não vi sinalização que indicava que eu não podia entrar à direita.
Você sabe como chego no Plano?"
"Está indo para o Plano Piloto?"
"Estou"
"Segue por essa pista então. Seus documentos estão em ordem, pode ir. Só evita parar nessa pista que pode ser perigoso."
"Muito obrigado, e desculpa pela inconveniência."
"Tudo bem."
Entro no carro e vou para casa.
Peço que ignorem construções esquisitas de frases e erros ortográficos, estou com sono.
-Thiago
2 Comments:
Legal, meu relato inaugurou seu blog. =)
Procurando no google sobre 'magnetita Katie':
Enigmas da Humanidade
"Há outras evidências para a origem biológica da magnetita, produzidas por trabalhos anteriores de Katie(...)"
Postar um comentário
<< Home